terça-feira, 20 de abril de 2010

Agrupamento de Escolas de S.Miguel da Guarda assinala Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa.


Os alunos do Agrupamento de Escolas de S. Miguel/ Unidade de Alunos Surdos juntamente com os alunos da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, Escola Secundária da Sé e Unidades de alunos surdos de Ílhavo e Viseu encontraram-se no dia 17 de Novembro, na cidade da Guarda para comemorar o Dia Nacional de Língua Gestual Portuguesa.
Este encontro pretendeu promover a inclusão sócio educativa de crianças e jovens portadores de Deficiência auditiva e realçar a importância da LGP.
O programa foi preenchido com um passeio e visita à quinta da Maunça, jogos no parque urbano do Rio Diz e um magusto convívio com professores, técnicos e alunos. Foi um dia divertido em que os alunos surdos e ouvintes trocaram experiências, vivências e aprendizagens.


Publicado por:
Salete Bento

Tardes da Júlia (1) - 25/03/2010

Tardes da Júlia (2) - 25/03/2010

Tardes da Júlia (3) - 25/03/2010

Tardes da Júlia (4) - 25/03/2010

Língua Gestual Portuguesa/Questões mais frequentes

O que é a L.G.P?
A L.G.P. (Língua Gestual Portuguesa) é a língua utilizada pelos surdos portugueses. É uma língua visual que se baseia nos movimentos, configuração, orientação das mãos e na expressão facial das pessoas que comunicam em LGP. A utilização das duas línguas (a oral e a gestual) ao mesmo tempo é impossível, porque elas têm gramáticas diferentes.

Quais são os cinco parâmetros fundamentais da L.G.P.?
• Movimento (a direito, para cima, para baixo, circular);
• Localização (Lugar no peito, no ombro, na face);
• Orientação (sentido: norte, sul, este, oeste);
• Configuração (desenho da mão);
• Expressão facial;

Diz – se “Língua Gestual” ou “Linguagem Gestual”?
A maioria das pessoas dizem linguagem gestual, mas está incorrecto. Nos media é muito frequente vermos “informação em linguagem gestual”. Isto é um erro. A L.G.P., como todas as Línguas, tem gramática própria, e um dicionário próprio em que os significados aparecem sob a forma de gestos. Pelo facto de ter gramática, regras e dicionário, a forma de comunicar dos surdos portugueses chama-se Língua Gestual Portuguesa (LGP), e não linguagem gestual, uma vez que a linguagem não tem regras fixas, nem dicionário. A língua gestual é uma língua rica e em constante desenvolvimento, que permite aos surdos estarem sempre actualizados, e em pleno contacto com o mundo que os rodeia.

Diz-se “Surdo”ou “Surdo-mudo”?
A maioria das pessoas chama a um surdo de “surdo-mudo”. Isso é um erro. Um surdo fala, mas de uma forma diferente dos ouvintes, porque fala com as mãos, com a expressão facial e corporal que revela logo uma parte substancial do que se pretende comunicar, não sob a forma oral, que os ouvintes estão habituados.

O surdo não fala porque não ouve?
As pessoas pensam que o surdo não fala porque não ouve. Na verdade, muitos surdos vocalizam sons, apesar de não os ouvirem. Um surdo com muito treino e uma terapeuta eficaz, pode desenvolver vocalizações. Além disso, as pessoas que nasceram surdas são diferentes das ficaram surdas depois de terem começado a ouvir.

Qual é a língua materna do Surdo?
Para o surdo de nascença, a sua língua materna é a L.G.P. (Língua Gestual Portuguesa) que têm uma gramática própria e aprendem o L.P. (Língua Portuguesa) como segunda língua, para além do facto de para uma criança surda ser muito mais fácil aprender primeiro a L.G.P.
Existem ouvintes que por alguma razão ficaram surdos têm como língua materna a L.P. (Língua Portuguesa) e podem aprender a L.G.P.

A Língua Gestual é universal?
Não. Cada país, até por vezes cada região, tem uma língua própria. A língua é o espelho da sua cultura, como tal, elas diferem entre si. Como os surdos portugueses têm uma cultura própria, a língua gestual é diferente das outras línguas gestuais.

É possível exprimir um pensamento totalmente abstracto na Língua Gestual?
Sim é. Um exemplo: saudade.

Como pensa uma Pessoa Surda se não utiliza as palavras?
O pensamento desenvolve-se à base de imagens, de sensações, duma impressão para se construir o pensamento.

É difícil aprender a Língua Gestual?
Não. As pessoas ouvintes não estão habituadas a exprimirem-se numa base visual, de utilizarem as mãos e o corpo. O nível de dificuldade depende igualmente das capacidades de cada uma.

Os Surdos "soletram" todas as palavras para comunicar?
Não. Os Surdos utilizam os gestos que são as imagens simbólicas dos conceitos exprimidos. É o conjunto dos parâmetros do gesto (expressão da face, movimento do corpo) que criam uma imagem precisa da ideia exprimida.

Qual a diferença entre a L.G.P. e Português Gestual?
A L.G.P. é uma verdadeira língua com um léxico e uma gramática própria. É a comunicação espontânea dos Surdos e, cada língua gestual é a portadora da cultura dos Surdos que a utilizam.
O Português Gestual é um método deturpado de comunicação que utiliza a L.G.P. numa estrutura gramatical e ordem da Língua Portuguesa. Serve para mostrar a ordem dos gestos numa frase em Língua Portuguesa, mas mas está incorrecto pois não respeita as regras gramaticais da L.G.P.

Um Surdo que usa prótese auditiva ou implante coclear é ouvinte?
Não. As próteses auditivas e os implantes cocleares não fazem milagres. A compreensão da língua exige uma larga e difícil reeducação. Ambas ajudam no sentido de reforçar a apreensão de certos sons e palavras. Se tiver o treino de leitura labial, melhor será a compreensão da língua.

“Intérprete” e “Formador” de LGP significam a mesma coisa?
Não. O Intérprete é ouvinte e faz tradução em L.G.P. ou oralmente (visualizando os gestos). O Formador é Surdo e ensina L.G.P.




Publicado por Sofia Afonso

Unidade / Escola de Referência de alunos surdos-EB Bairro do Pinheiro


Na Escola EB do Bairro do Pinheiro pertencente ao Agrupamento de Escolas de S. Miguel, funciona a unidade / Escola de Referência de surdos do 1º ciclo. Esta escola tem três turmas estando nela integrados três alunos com as seguintes deficiências:
  • Surdez Moderada
  • Surdez Profunda com Implante Coclear
  • Surdez Severa

Dois destes alunos estão integrados na turma do 2º ano, sendo a Professora Titular de Turma Maria Jacinta Saraiva Tavares Gonçalves e o outro está a acompanhar o 3º ano com a Professora Titular de Turma Maria Augusta Miguel Clemente Santos. Estes alunos são todos oralistas e apoiados pela Professora Especializada na Educação Especial Ana Teresa Amaral e acompanhados pela Terapeuta da Fala Sara Sanches.
Estas crianças estão perfeitamente integradas nas respectivas turmas, sendo bem aceites por todos os alunos da escola.
Tendo em conta o facto de ser uma escola pequena permite que o meio envolvente seja benéfico para crianças com este tipo de deficiência. Os pais destes alunos são todos receptivos às informações que lhes são transmitidas e estão sempre dispostos a apoiar e colaborar em todas as actividades propostas pela escola.



Artigo elaborado por:


As Professoras Titulares de Turma:

Maria Jacinta Saraiva Tavares Gonçalves (2º ano)
Maria Augusta Miguel Clemente Santos (3º ano)

Professora de Educação Especial

Ana Teresa Amaral

Terapeuta da Fala

Sara Sanches

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Unidade de Apoio à Educação dos Alunos Surdos/Escola de Referência da Educação Bilingue dos Alunos Surdos

 A Unidade/ Escola de Referência para a Educação Bilingue de Alunos Surdos do Agrupamento de Escolas de S.Miguel da Guarda foi criada, nos anos 90, através do Despacho 7520/98,  com a finalidade de responder às características dos alunos surdos e especificidades da sua comunicação, recorrendo  a metodologias diferenciadas e estratégias diversificadas, dependendo do tipo e grau de surdez.
Nesta Unidade concentram-se alunos surdos dos  concelhos de, Sabugal, Pinhel, Mêda, Guarda e contam com uma equipa de técnicos, intérprete de LGP, formadora de LGP, terapeuta da fala, professores especializados da deficiência auditiva e restantes professores das diversas áreas disciplinares.
As escolas de referencia desta Unidade são o Jardim de Infância do Bairro do Pinheiro, a EB1 do Bairro do Pinheiro e a EB2/3 de S. Miguel da Guarda.

Porquê a concentração de alunos surdos em Unidades de Referência?

A Educação Bilingue só é possível se os alunos surdos estiverem inseridos em comunidades linguísticas de referência, cujo ensino será adequado à diversidade e heterogeneidade desses alunos.
Quando falamos em comunidades surdas estamos a olhar para as características e diversidade dos modos de comunicação dos alunos, do tipo e grau de surdez, de quando perdeu a audição, do modo de comunicação e das ajudas técnicas utilizadas.
Quando o diagnóstico da perda auditiva é precoce, recebendo a criança um trabalho de treino de boa qualidade, com envolvimento da família no processo e uso adequado de ajudas técnicas, próteses auditivas, implantes coclear, a linguagem emerge a comunicação é desenvolvida. Para tal é fundamental que sigam um programa de desenvolvimento da comunicação/linguagem, cujos objectivos passem por  desenvolver,  interacções entre a linguagem e a comunicação/entre o código oral e o gestual,  o domínio da linguagem oral como forma de participação na comunidade de inserção e de processos de ensino da leitura/escrita, para aquisição de vocabulário que permita ao aluno surdo o acesso a toda a informação (compreensão).
É importante para a criança surda estar inserida em comunidades linguísticas de referência, pois assim é possível uma educação bilingue, que respeite as suas características e os modos de comunicação.

Publicado por Salete Bento

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Boas Vindas

Unisurdos é um blogue que se destina a professores e profissionais da educação, pais, alunos, escolas e instituições.
Agradecemos a vossa visita e partilhem connosco as vossas experiências.