sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dificuldades de aprendizagem/dislexia


Todos sabemos que o Agrupamento de Escolas de S. Miguel é, no distrito da Guarda, uma unidade/escola de referencia de Educação bilingue e alunos surdos, que através de uma equipa de profissionais ( terapeuta da fala, professoras educação especial na área da comunicação e linguagem e formadora de Língua gestual portuguesa) atendem uma diversidade de alunos surdos provenientes dos distritos da Guarda e de Castelo Branco, nomeadamente de Pinhel, Mêda, Gonçalo e Belmonte.
Para além destes alunos, também são atendidos na unidade, outros alunos com problemas de comunicação/linguagem  e dislexia que necessitam de uma abordagem específica e diferenciada.
O ensino destes alunos implica uma ação pedagógica conjunta dos vários profissionais, em colaboração estreita com os pais e com o suporte das novas tecnologias de informação e comunicação.
O problema da dislexia desespera pais e professores, muitas vezes pensando que ser disléxico é igual a ser preguiçoso.
Normalmente tratam-se de alunos inteligentes, alguns acima da média superior, mas que, em presença de tarefas como ler e escrever, revelam dificuldades em descodificar símbolos, letras, relacionar os sons e a sua representação visual.
Não há um padrão definido de dislexia, cada criança é um caso, havendo diferentes espectros de dislexia.
Os primeiros sinais surgem quando a criança entra para a  escola, o processo de aprendizagem das letra é demorado, estas embaralham-se nas páginas, principalmente letras com grafia parecida como o b e o d.
O diagnóstico geralmente é feito a partir de uma avaliação por especialistas, neurologista, terapeutas da falas, psicólogos e professores especializados.
Posteriormente a intervenção pedagógica é feita com recurso a estratégias, técnicas e metodologias diferenciadas. O uso do computador e o  apoio das novas tecnologias da informação e comunicação é fundamental no processo de aprendizagem, tornando-se  possível, que livros de texto sejam convertidos em texto digital para que o computador os possa ler em voz alta.
Por último, estes alunos dispõem de condições especiais de avaliação, mais tempo para a realização de testes, primazia da oralidade, podendo ainda beneficiar de condições especiais de correção das provas.
O processo da escola inclusiva passa pelo atendimento a todos os alunos, às suas necessidades e ao respeito pelas diferenças individuais. Como diria António Gedeão:
“Não há, não,
Duas folhas iguais em toda a criação,
Ou nervura a menos, ou  célula a mais,
Não há, de certeza, duas
Folhas iguais”.


 Salete Bento (Professora de Educação Especial)