segunda-feira, 28 de junho de 2010

Festa de Final de Ano

     Foi proposto pelo Sr. Director do Agrupamento de S. Miguel da Guarda a realização de actividades com o tema “ Aprender a viver com a diferença”. Nesse sentido o Grupo de Educação Especial participou com diversas actividades no dia 17 de Junho.
     Na Escola EB do Bairro do Pinheiro, os alunos da Unidade / Escola de Referência de Alunos Surdos, comemoraram esse dia participando na festa de final de ano. Desenvolveram actividades em Língua Gestual Portuguesa, o que despertou interesse e curiosidade a todos os alunos que frequentam esta escola.



Publicado por: Professora Ana Teresa Amaral

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Deficiência Auditiva

A Deficiência Auditiva representa uma privação sensorial e pode ser descrita a partir das suas características orgânicas. A classificação deste défice é realizada tendo em conta a localização da lesão, o momento em que tem início e o grau de severidade.

Classificação consoante a localização da lesão:

• Deficiência Auditiva de Condução: a lesão está localizada ao nível do ouvido externo ou médio. Nesta situação, o ouvido interno funciona normalmente mas não é estimulado pela vibração sonora. Na maior parte dos casos, podem ser corrigidas através de tratamentos clínicos ou cirúrgicos.

• Deficiência Auditiva Neurossensorial: a lesão está no ouvido interno e verifica-se a impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da cóclea ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível.

• Deficiência Auditiva Mista: é o resultado de uma lesão no ouvido externo ou médio e, simultaneamente, no ouvido interno.

Classificação quanto ao momento em que tem início

• Deficiência Auditiva pré-lingual ou pré-linguística: inicia-se aquando o nascimento, ou numa fase em que criança ainda não adquiriu linguagem.

• Deficiência Auditiva pós-lingual ou pós linguística: a perda de audição ocorre numa fase em que a linguagem e a fala já se encontram adquiridas.

• Deficiência Auditiva peri-lingual ou peri-linguística: a perda auditiva ocorre na fase em que a criança está a adquirir linguagem.
O prognóstico da intervenção em casos de Deficiência Auditiva pós-lingual é mais favorável do que nos outros dois casos. Isto porque, estando a linguagem já adquirida, serão menos as repercussões no desenvolvimento dos vários domínios linguísticos.

Classificação quanto ao grau de severidade
A Deficiência Auditiva pode ainda classificar-se relativamente ao grau de severidade, tendo em conta a perda observada:

• Deficiência Auditiva Leve: 26 a 40 dB. Embora não se verifiquem problemas significativos, podem ocorrer a) dificuldades ao nível da articulação em consequência da discriminação auditiva insuficiente de alguns traços fonéticos, b) desatenção na sala de aula e c) dificuldade em ouvir sons de baixa intensidade, distantes e sussurrados. A maioria das vezes estes problemas não são percebidos pela família.

• Deficiência Auditiva Moderada: 41 a 70 dB. Surgem dificuldades de compreensão em meios ruidosos. A linguagem aparece de forma natural e espontânea mas, geralmente, com um atraso em relação ao padrão normal. Podem, concomitantemente, ocorrer alterações da voz e da articulação. No entanto, com o uso precoce de ajudas técnicas adequadas juntamente com o apoio da terapia da fala e de professores especializados, a linguagem pode desenvolver-se normalmente.

• Deficiência Auditiva Severa: 71 a 90 dB. É possível ouvir sons próximos e de elevada intensidade e existe a necessidade de amplificação. O desenvolvimento da linguagem encontra-se comprometido, mas com uma intervenção precoce é possível conseguir uma articulação inteligível e uma compreensão de nível funcional se forem aproveitados os resíduos auditivos e desenvolvida a capacidade de leitura de fala.

• Deficiência Auditiva Profunda: a partir de 90 dB. A compreensão verbal encontra-se totalmente dependente da leitura de fala sendo, nesta situação, extremamente difícil a aquisição da linguagem oral.

Publicado por Sara Sanches (Terapeuta da Fala)

sábado, 12 de junho de 2010

FIFA.com - Transmissão dos jogos da Taça Mundial de 2010, com tradução de gestos internacionais


Pela primeira vez será feita a transmissão do site oficial da FIFA e da Taça Mundial da FIFA que permitirá que as pessoas com necessidades auditivas (pessoas surdas e Deficientes auditivas) em todo o mundo assistam aos 64 Jogos de 2010 FIFA, relatos ainda mais abrangentes.
“O futebol é um desporto universal e deve ser acessível a todos. Portanto, temos o prazer de oferecer este serviço de interpretação destinado às pessoas com necessidades auditivas.”
“Ao produzir estes vídeos sobre os resumos dos jogos, com os gestos internacionais, a FIFA está a satisfazer cerca de 70 milhões de pessoas com necessidades auditivas.”
Joseph S. Blatter, Presidente da FIFA
O Gestos Internacionais designadamente em inglês de Internacional Sign, IS, própria da comunidade surda, é como a língua esperanto em que a comunicação através de diferentes línguas gestuais é como uma comunicação alternativa, nos encontros internacionais, por exemplo: nos Congressos Mundiais da Federação Mundial de Surdos, nos Jogos Surdolímpicos, entre outros eventos.
Na Federação Mundial de Surdos, FMS, na designação em inglês de World Federation of the Deaf, WFD, representa aproximadamente 70 milhões das pessoas surdas e deficientes auditivas de todo o mundo, que assistem nas suas línguas gestuais, mais especificamente nas áreas da Educação e Comunicação.
Todos resumos dos vídeos nos jogos com interpretação estarão disponíveis no site oficial da FIFA, FIFA.com, logo depois de cada jogo.
Tradução: Helder Duarte e Tânia Martins

http://surdotv.com/wordpress

Publicado por Salete Bento

domingo, 6 de junho de 2010

Deficiência: O que significa ter um estigma.

Nos estudos sociológicos sobre indivíduos estigmatizados, Goffman  diz-nos que o indivíduo que na relação social possui atributos, traços físicos e psicológicos diferentes do normal, encontra-se estigmatizado.
Com efeito, é nas interacções sociais que a pessoa com deficiência dá a conhecer o seu comportamento, o seu raciocínio, as sua limitações, sendo considerada um indesejável, uma pessoa diminuída. Este processo de estigmatização social, associada muitas vezes a comportamento do tipo discriminatório, afecta a identidade pessoal do indivíduo ficando desacreditado para as questões de relacionamento social. Alguém com um estigma é afastado do meio social através de várias discriminações que, mesmo inconscientemente, estão a reduzir as possibilidades e alternativas de vida que um indivíduo com uma deficiência possa ter. Podemos então questionar como é que a pessoa com deficiência lida com esta discriminação social?
Pode ocorrer que o indivíduo, na sua relação com o outro, se confronte com o seu ego e se auto-deprecie, sentindo o efeito de estigmatização, levando-o a proteger-se em comportamentos do tipo defensivo, que nem sempre são bem aceites socialmente.O medo de lidar com os outros, de ser interpretado pelos seus erros, fá-lo temer o confronto social.
A própria família, para lidar com a discriminação, constrói modelos de acção, adoptando comportamentos de super protecção, de fuga, de recusa, de culpabilização, de controlo, de defesa e ou de ilusão que importa reflectir e analisar sobre cada um deles.
Salete Bento