Nos estudos sociológicos sobre indivíduos estigmatizados, Goffman diz-nos que o indivíduo que na relação social possui atributos, traços físicos e psicológicos diferentes do normal, encontra-se estigmatizado.
Com efeito, é nas interacções sociais que a pessoa com deficiência dá a conhecer o seu comportamento, o seu raciocínio, as sua limitações, sendo considerada um indesejável, uma pessoa diminuída. Este processo de estigmatização social, associada muitas vezes a comportamento do tipo discriminatório, afecta a identidade pessoal do indivíduo ficando desacreditado para as questões de relacionamento social. Alguém com um estigma é afastado do meio social através de várias discriminações que, mesmo inconscientemente, estão a reduzir as possibilidades e alternativas de vida que um indivíduo com uma deficiência possa ter. Podemos então questionar como é que a pessoa com deficiência lida com esta discriminação social?
Pode ocorrer que o indivíduo, na sua relação com o outro, se confronte com o seu ego e se auto-deprecie, sentindo o efeito de estigmatização, levando-o a proteger-se em comportamentos do tipo defensivo, que nem sempre são bem aceites socialmente.O medo de lidar com os outros, de ser interpretado pelos seus erros, fá-lo temer o confronto social.
A própria família, para lidar com a discriminação, constrói modelos de acção, adoptando comportamentos de super protecção, de fuga, de recusa, de culpabilização, de controlo, de defesa e ou de ilusão que importa reflectir e analisar sobre cada um deles.
Salete Bento
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