Todos sabemos que o Agrupamento de Escolas de S. Miguel é,
no distrito da Guarda, uma unidade/escola de referencia de Educação bilingue e
alunos surdos, que através de uma equipa de profissionais ( terapeuta da fala,
professoras educação especial na área da comunicação e linguagem e formadora de
Língua gestual portuguesa) atendem uma diversidade de alunos surdos
provenientes dos distritos da Guarda e de Castelo Branco, nomeadamente de
Pinhel, Mêda, Gonçalo e Belmonte.
Para além destes alunos, também são atendidos na unidade,
outros alunos com problemas de comunicação/linguagem e dislexia que necessitam de uma abordagem
específica e diferenciada.
O ensino destes alunos implica uma ação pedagógica conjunta
dos vários profissionais, em colaboração estreita com os pais e com o suporte
das novas tecnologias de informação e comunicação.
O problema da dislexia desespera pais e professores, muitas
vezes pensando que ser disléxico é igual a ser preguiçoso.
Normalmente tratam-se de alunos inteligentes, alguns acima
da média superior, mas que, em presença de tarefas como ler e escrever, revelam
dificuldades em descodificar símbolos, letras, relacionar os sons e a sua
representação visual.
Não há um padrão definido de dislexia, cada criança é um
caso, havendo diferentes espectros de dislexia.
Os primeiros sinais surgem quando a criança entra para
a escola, o processo de aprendizagem das
letra é demorado, estas embaralham-se nas páginas, principalmente letras com
grafia parecida como o b e o d.
O diagnóstico geralmente é feito a partir de uma avaliação
por especialistas, neurologista, terapeutas da falas, psicólogos e professores
especializados.
Posteriormente a intervenção pedagógica é feita com recurso
a estratégias, técnicas e metodologias diferenciadas. O uso do computador e
o apoio das novas tecnologias da
informação e comunicação é fundamental no processo de aprendizagem,
tornando-se possível, que livros de
texto sejam convertidos em texto digital para que o computador os possa ler em
voz alta.
Por último, estes alunos dispõem de condições especiais de
avaliação, mais tempo para a realização de testes, primazia da oralidade,
podendo ainda beneficiar de condições especiais de correção das provas.
O processo da escola inclusiva passa pelo atendimento a
todos os alunos, às suas necessidades e ao respeito pelas diferenças
individuais. Como diria António Gedeão:
“Não há, não,
Duas folhas iguais em toda a criação,
Ou nervura a menos, ou
célula a mais,
Não há, de certeza, duas
Folhas iguais”.
Salete Bento
(Professora de Educação Especial)
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