A propósito de notícias que vieram a público nos últimos dias, quer na imprensa quer na televisão, e que davam conta de problemas na realização do Preliminary English Test (PET) por parte de alunos surdos, o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) vem esclarecer que essa informação não corresponde à verdade. O IAVE também não foi contactado para que pudesse prestar os esclarecimentos que se impunham.
As notícias em causa apresentavam
declarações de professores e dirigentes do Agrupamento de Escolas D. Maria II,
em Braga, que o IAVE não compreende e lamenta.
Ao contrário do que sugerem as
referidas notícias, foram disponibilizadas condições para que os alunos do 9.º
ano, com necessidades educativas especiais (NEE), designadamente os alunos
surdos, pudessem realizar o Preliminary English Test (PET). Contudo, o manual de procedimentos prevê que
estes alunos possam ser dispensados de o fazer ou de realizar parcialmente o
teste, sendo essa decisão da responsabilidade dos encarregados de educação e
das escolas. Foi solicitada às escolas a informação sobre o número de alunos
com NEE e quais as condições para que estes pudessem realizar o teste. O IAVE
enviou todos os materiais adaptados solicitados para as diferentes
necessidades. O IAVE contactou, ainda, todas as escolas com alunos surdos ou
com deficiência auditiva severa, tendo explicado minuciosamente quais os
materiais disponíveis para estes alunos. As escolas optaram, consoante as
circunstâncias, pelos materiais mais adequados a cada caso.
Relativamente aos materiais
disponibilizados é referido em tom crítico o envio às escolas de um CD que os
alunos surdos não poderiam ouvir. O CD não era, naturalmente, para ser ouvido
pelo aluno, mas sim pelo professor, para que este o reproduzisse ao mesmo
ritmo, permitindo aos alunos fazer a respetiva leitura labial. Este CD, em
velocidade lenta, é igualmente usado por alunos com outro tipo de necessidades,
nomeadamente por aqueles que apresentam paralisia cerebral ou limitação motora
severa.
O Agrupamento de Escolas D. Maria II de Braga,
que parece estar na origem destas notícias, tem duas escolas com 9,º ano: a
Escola D. Maria II, com 73 alunos, e a Escola Básica de Lamaçães, com 184 alunos.
Para a primeira foram pedidas condições especiais para dois alunos,
nomeadamente para terem mais tempo e realizarem a prova numa sala à parte.
Para a segunda, foi pedida dispensa
de realização do teste para 9 alunos e condições especiais para 6 alunos. Nenhuma das duas escolas pediu ao IAVE
materiais adaptados para alunos surdos.
Ora, se como é referido nas notícias, os
alunos surdos não realizaram o PET foi, ou porque os pais/encarregados de
educação e/ou a escola assim o decidiram, ou porque esta não solicitou ao IAVE
os materiais adaptados de que necessitava.
IAVE, 24 de maio de 2015
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