quinta-feira, 4 de junho de 2015

Esclarecimento sobre a realização do PET por alunos surdos


 

A propósito de notícias que vieram a público nos últimos dias, quer na imprensa quer na televisão, e que davam conta de problemas na realização do Preliminary English Test (PET) por parte de alunos surdos, o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) vem esclarecer que essa informação não corresponde à verdade. O IAVE também não foi contactado para que pudesse prestar os esclarecimentos que se impunham.


As notícias em causa apresentavam declarações de professores e dirigentes do Agrupamento de Escolas D. Maria II, em Braga, que o IAVE não compreende e lamenta.

Ao contrário do que sugerem as referidas notícias, foram disponibilizadas condições para que os alunos do 9.º ano, com necessidades educativas especiais (NEE), designadamente os alunos surdos, pudessem realizar o Preliminary English Test (PET).  Contudo, o manual de procedimentos prevê que estes alunos possam ser dispensados de o fazer ou de realizar parcialmente o teste, sendo essa decisão da responsabilidade dos encarregados de educação e das escolas. Foi solicitada às escolas a informação sobre o número de alunos com NEE e quais as condições para que estes pudessem realizar o teste. O IAVE enviou todos os materiais adaptados solicitados para as diferentes necessidades. O IAVE contactou, ainda, todas as escolas com alunos surdos ou com deficiência auditiva severa, tendo explicado minuciosamente quais os materiais disponíveis para estes alunos. As escolas optaram, consoante as circunstâncias, pelos materiais mais adequados a cada caso. 

Relativamente aos materiais disponibilizados é referido em tom crítico o envio às escolas de um CD que os alunos surdos não poderiam ouvir. O CD não era, naturalmente, para ser ouvido pelo aluno, mas sim pelo professor, para que este o reproduzisse ao mesmo ritmo, permitindo aos alunos fazer a respetiva leitura labial. Este CD, em velocidade lenta, é igualmente usado por alunos com outro tipo de necessidades, nomeadamente por aqueles que apresentam paralisia cerebral ou limitação motora severa.

 O Agrupamento de Escolas D. Maria II de Braga, que parece estar na origem destas notícias, tem duas escolas com 9,º ano: a Escola D. Maria II, com 73 alunos, e a Escola Básica de Lamaçães, com 184 alunos. Para a primeira foram pedidas condições especiais para dois alunos, nomeadamente para terem mais tempo e realizarem a prova numa sala à parte.

Para a segunda, foi pedida dispensa de realização do teste para 9 alunos e condições especiais para 6 alunos. Nenhuma das duas escolas pediu ao IAVE materiais adaptados para alunos surdos.

 Ora, se como é referido nas notícias, os alunos surdos não realizaram o PET foi, ou porque os pais/encarregados de educação e/ou a escola assim o decidiram, ou porque esta não solicitou ao IAVE os materiais adaptados de que necessitava.

 
IAVE, 24 de maio de 2015

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