Publicada por Salete Bento
segunda-feira, 31 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
"À Volta da Criança com Surdez - Vivências e Estratégias de Intervenção
«No passado dia 21 de Maio, integrado na comemoração do X Aniversário, a Associação de Surdos da Guarda – Despertar do Silêncio promoveu o debate: “À Volta da Criança com Surdez – Vivências e Estratégias de Intervenção!”. Houve casa cheia no auditório da Câmara Municipal da Guarda, onde quase duas centenas de jovens alunos, professores e profissionais das escolas de todo o distrito, com destaque para a Escola de S. Miguel, bem como as Secundárias da Sé e Afonso de Albuquerque, puderam participar do evento. Estiveram presentes os técnicos que formam as Equipas Multidisciplinares que trabalham nas Escolas de Referência (Professores do ensino especial, Interpretes de LGP, Formadora de LGP, Terapeuta da fala, Psicólogos e Médico), bem como representantes das Associações de Pais, da DREC, da Segurança Social, da Câmara Municipal da Guarda e do Governo Civil. Teve como moderadores Leontina Lemos e Helder Coelho.
Na ordem de trabalhos, muitos foram os pontos focados, sendo a falta de tempo o maior limite da discussão. Procurou dar-se uma perspectiva do papel de cada elemento das equipas, assim como uma nota introdutória ao tema segundo um ponto de vista médico. Como se procede à verdadeira inclusão das crianças no ensino regular, os obstáculos enfrentados ao longo dos anos e os ainda existentes. A importância das Unidades de Surdos, depois reconvertidas a escolas de referência. A experiência dos técnicos na sua abordagem e a falta de continuidade no acompanhamento aquando da partida dos alunos para o Ensino Superior. Os resultados conseguidos, os interesses e as dificuldades destes jovens. A falta de formação dos professores que leccionam nas turmas, o que condiciona muitas vezes resultados menos optimizados. Tendo sido também abordado a importância do implante coclear e as repercussões que este procedimento pode ter na vida das crianças, assim como o peso social a que as famílias estão sujeitas.
A jovem plateia mostrou-se sempre bastante animada e participativa, tendo levado como mensagem final a importância de um ensino integrado de crianças com surdez, em escolas regulares desde que com o apoio de todos os profissionais. O peso que a comunidade representa, o papel fundamental da Família, das Associações de surdos e das relações dentro do grupo. No caminho Futuro da melhoria das vidas destes jovens está certamente uma escola inclusiva.
A tarde terminou com a peça “Auto da Barca dos Esquecidos” levada à cena pelos alunos surdos e ouvintes das Escolas Secundárias da Sé e Afonso de Albuquerque.
No dia 22 de Maio a cantora e Interprete de LGP Paula Teixeira trouxe ao Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda o espectáculo Som & Silêncio, onde de forma didáctica associa a música e a Língua Gestual Portuguesa, esgotando por completo os lugares sentados.»
Despertar do Silêncio
Associação de Surdos da Guarda
Publicada por Salete Bento
sábado, 15 de maio de 2010
Reflexões sobre a inclusão
Quem leu o livro “ Pode a Educação Especial deixar de ser especial?” de João Lopes e J.Kauffman, não pode ficar indiferente às questões e evidências aí retratadas da designada Escola Inclusiva.
A educação inclusiva é uma questão pública em todo o mundo e também controversa, como referiu Gordon Porter, na Conferência Internacional de Educação Inclusiva, em Setembro de 2009,no Centro Cultural de Belém. Apesar de muitos países adoptarem a linguagem de inclusão, a verdade é que nem sempre a realidade está presente.
Porque é assim?
O conceito de inclusão é simples, existindo em todos nós uma consciência de aceitação das diferenças e o reconhecimento dos direitos dos alunos com deficiência receberem uma educação de qualidade, idêntica à dos restantes alunos.
No entanto há constrangimentos e dificuldades à sua integração, uma vez que a escola se depara com problemas ao nível da concretização de um ensino diferenciado, da definição dos vários papeis que se encontram relacionados com a Educação Especial, da classificação e categorização dos alunos com NEE, aspecto muito importante numa intervenção, da formação inicial/especializada e contínua dos profissionais, da aceitação dos seus pares, do envolvimento familiar, etc, comprometendo o processo e sob pena de reforçar o estigma da deficiência.
Os profissionais reagem com alguma apreensão e ansiedade à presença dos alunos com NEE na sala de aula, porque, na maioria das vezes, ignoram o que eles precisam e não sabem os métodos a adoptar e os meios a utilizar. Assim, esperam dos serviços de educação especial as ferramentas, técnicas e estratégias que os ajudem a lidar com os problemas e promovam as competências dos alunos, reduzindo o estigma da deficiência.
Outro dos problemas que afecta e com que se debate a educação especial é a falta de clareza na sinalização, uma vez que o número de alunos com dificuldades de aprendizagem aumentou exponencialmente, passando a estar incluídos na educação especial. Com o actual enquadramento legal, as acções de acompanhamento a estes alunos é efectuado através de medidas do desp. 50/2005, desp. 1/2006 que permitem a diversificação curricular, e que visam promover o sucesso escolar.
Para os alunos com necessidades especiais que precisam de recursos especializados de atendimento à sua especificidade, definidas no dec lei 3/2008 como “ ... alunos com limitações significativas ao nível de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social” a educação especial deve ter como objectivo responder a essas limitações que decorrem de uma condição de saúde.
A não clarificação do conceito de necessidade educativa especial conduz a que muitos dos recursos sejam transferidos para alunos que necessitam de outro tipo de apoios, prejudicando aqueles que na realidade precisam de respostas diferenciadas e adaptadas às suas especificidades.
Na minha opinião, há uma questão fundamental que é preciso resolver: encontrar os mecanismos e instrumentos que permitem fazer uma sinalização correcta e adequada à realidade, afim de uma intervenção eficaz.
Publicada por Salete Bento
sexta-feira, 14 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
A Língua Gestual é Universal?
A Língua Gestual Portuguesa como outra língua é específica da cultura e identidade do seu País.
Assim como um português utiliza a Língua Portuguesa, os surdos portugueses utilizam a Língua Gestual referente à sua nacionalidade.O mesmo acontece com os surdos de outros países.
Publicado por Salete Bento
Assim como um português utiliza a Língua Portuguesa, os surdos portugueses utilizam a Língua Gestual referente à sua nacionalidade.O mesmo acontece com os surdos de outros países.
Publicado por Salete Bento
quarta-feira, 5 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
Dia da Mãe
No Dia da Mãe, um dos poemas mais lindos dedicados à Mãe de autoria de Eugénio de Andrade
No mais fundo de ti,
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...
e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Publicado por Salete Bento
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